sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Chororô!

Muito se falou da comemoração do Souza, no gol do Flamengo contra o Cienciano, quarta-feira passada. O texto abaixo é do parceiro André Rizek, também jornalista, 32 anos, Repórter especial da revista Placar e comentarista do SPORTV. Ele traduz exatamente o sentimento de todo amante do bom futebol.

Leitura IMPERDÍVEL até para quem não gosta de futebol e já cansou de ver flamengo e botafogo da tv essa semana :)


Não deixe o esculacho morrer

Antes de mais nada, quero dizer que respeito a indignação dos botafoguenses com a “comemoração chorona” de Souza diante do Cienciano. Mas é justamente por causa dela que o gesto é tão bacana! Não existe boa gozação se a vítima não sentir o golpe, oras!

Se Souza estivesse fazendo alguma discriminação de raça, sexo ou de cor, ele deveria sair preso do Maracanã. Algemado. Mas Souza fez apenas uma gozação de futebol, gente... Estritamente de futebol. Que graça teria o nosso amado jogo sem a gozação?

Nada é mais importante que o livre direito de poder esculachar um rival derrotado! Nada. Nem o jogo dentro das quatro linhas, perguntarão os leitores? Nem o jogo! Que graça tem um clássico se a gente ficar preso a detalhes do tipo “o time jogou com duas linhas de quatro”.

“Ah, mas gestos como os do Souza incitam à violência”, dirão alguns, guardiões da moral e dos bons costumes. Mas incitam mesmo? Eu não fiquei com vontade de dar porrada em ninguém por causa da encenação de chorão que o atacante fez... Se algum idiota quer partir para a briga por causa do gesto, o problema é do idiota e não do gesto.

Andamos todos muito caretas no futebol, muitos cheio de nhém nhém nhém. A violência é assustadora. Mas em vez de combatê-la com seriedade a gente fica com essa de “não pode entrar com bandeira no estádio, não pode entrar com guarda-chuva, não pode beber cerveja, não pode chamar de bobo”. É como o sujeito que chega em casa, pega a esposa transando com outra pessoa no sofá e, para resolver o problema, ele vende o sofá...

Talvez o exemplo não seja tão bom, mas serve para explicar o que quero dizer. O Botafogo protaganizou um choro ridículo no domingo e, sinceramente, alguém tinha de tratar isso como merecia: como piada.

Futebol, minha gente, não é apenas um jogo. Sei que parece óbvio, escrito dessa forma. Mas a reação de muita gente ao gesto do Souza me deixa na obrigação de lembrar isso. Quer falar apenas de jogo, “de linhas de quatro” (não agüento mais ouvir essa expressão)? Então acesse um blog de gamão ou de xadrez (e olha que sou bom nisso...). O futebol só é futebol porque tem um motor chamado “rivalidade”.

Chega de caretice. Não deixem o esculacho morrer!


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